O exame de estrepto deu positivo, e agora?

O strepto positivo vaginal e anal pode estar presente na gestante pois faz parte da flora vaginal de muitas mulheres. Por um tempo, houve uma recomendação para se colher esse exame no pré-natal e, em caso de resultado positivo, era necessário o uso de ampicilina no trabalho de parto.

Para garantir a efetividade de prevenção de danos, a recomendação era fazer, no mínimo, duas doses endovenosas com intervalo de 4h entre elas, sendo que o bebê deveria nascer após 4h da segunda dose. Para isso, era necessário realizar a internação da mulher em trabalho de parto precocemente, o que muitas vezes favorecia intervenções desnecessárias.

Após a implantação desse protocolo, vários estudos foram desenvolvidos para se entender melhor os danos do streptococus tipo B para o bebê de termo que nascia via vaginal. Com os estudos, percebeu-se que vários bebês passaram a ser internados em unidade de terapia intensiva sem características clínica de infecção, mas com pequenos desvios de alguns exames.

Os estudos apontaram que a internação causava um dano maior aos bebês e às mães. Uma vez que não tinham necessidade de estar na UTI, eram expostos a um risco desnecessário, além de serem muito manipulados na procura de danos. Com base nos resultados, muitos países, incluindo o Brasil, retiraram de seus protocolos básicos a coleta desse exame. Porém, mesmo após as descobertas científicas, a coleta e o protocolo de tratamento já havia virado um hábito nas instituições hospitalares.

Hoje, há discussões sendo realizadas sobre o quanto o uso desnecessário de antibióticos no pré natal e trabalho de parto e o quanto podem prejudicar os bebês, uma vez que a flora vaginal da mulher é uma importante fonte de colonização saudável para o recém-nascido. Tanto que hoje em dia, quando há uma indicação real de cesárea o ideal é colocar compressas na vagina da mulher para posteriormente passar pela face e corpo do bebê

Com base nas recomendações científicas, não é mais necessário colher strepto no pré natal, e se a bolsa romper e o trabalho de parto não começar, nas gestação de termo, o ideal é que a internação para a indução do TP aconteça em 18h. Porém, há linhas de pesquisas que defendem a espera do início do trabalho de parto por 48h, avaliando sinais clínicos da mulher. Em caso de suspeita de infecção, internar para tratamento e indução do parto.

É importante que a equipe discuta os protocolos adotados entre os profissionais e também com a gestante/casal em relação ao que eles se sentem mais seguros em fazer. Vale lembrar que a presença de sptrepto na urina tem uma interpretação diferente: nesses casos entende-se que a mulher está colonizada e necessitará, sim, de tratamento.

 

Karina Fernandes Trevisan é fundadora e sócia da Commadre e do Instituto Educacional Poder do Partejar

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