O uso do laser de baixa potência como recurso na amamentação e em questões comuns no pós-parto vem crescendo muito nos últimos anos. A laserterapia, como é chamada a técnica, converge do conhecimento da aplicação do laser em outras áreas, como a Enfermagem e a Odontologia, e tem se mostrado muito benéfica. O laser é uma espécie de luz de baixa potência que auxilia na analgesia e na cicatrização.
Roberta Ferreira conta que, mesmo sendo Pediatra, só foi conhecer a técnica quando vivenciou dificuldades com a amamentação do seu primeiro filho, Francisco. Na época, 2015, buscou ajuda no Banco de Leite da Unifesp, onde se formou, e ficou impressionada com os efeitos rápidos que o laser causou na fissura. A médica destaca que foi atendida por consultoras de amamentação que a atenderam com um olhar mais abrangente para outras questões do aleitamento também, como o manejo, e que foi o olhar integral das profissionais que a ajudou a seguir amamentando Francisco.
Laser não é mágica, lembra Gracielle Basile, Enfermeira Obstetra , Consultora Internacional de Aleitamento Materno e uma das facilitadores do curso de Aleitamento Materno do IEPDP mas é muito benéfico se bem indicado e com o manejo adequado da amamentação. E isso é algo muito importante a ser dito pois recebemos muitas mulheres que querem aplicação de laser sem passar por uma Consultoria de Aleitamento Materno.
O laser é um recurso, uma carta na manga para quem trabalha com amamentação ou com mulheres no parto e pós-parto, usado sozinho pode não fazer o efeito desejado e até mesmo atrapalhar a cicatrização. É preciso primeiro corrigir o que está errado, ver a real necessidade e aí sim usá-lo como auxílio.
[box] Humanizar é enxergar a pessoa como única e isso se aplica ao laser também[/box]
Como cada corpo reage de uma forma, é muito difícil precisar o tempo de tratamento e quantas sessões serão necessárias: pode ser que em uma única sessão, o problema seja resolvido
Roberta conta que no atendimento de Pediatria costuma utilizar o laser como recurso no tratamento de assaduras, Estomatite (como alívio para crianças que não estão conseguindo comer) e no coto umbilical como auxiliar na cicatrização. A aplicação do laser, destaca, pode ser feita ainda em pontos de acupuntura para auxiliar nas cólicas, por exemplo.
No pós-parto o laser pode auxiliar nas lacerações, na cicatrização dos pontos da cesárea, hemorróidas e candidíase. Lembrando que, quanto mais precoce for o cuidado, mais chances de se obter bons resultados. Faz muita diferença tratar uma fissura ou realizar um manejo na amamentação logo que aparece o problema do que esperar piorar.
Quero me tornar laserterapeuta, o que preciso fazer?
A primeira coisa é procurar um bom curso de laserterapia com o foco que você deseja atuar. É importante saber que o curso do IEPDP não ensina só protocolo de aplicação, mas traz uma extensa base teórica fundamental para conseguir oferecer um atendimento de qualidade.
Além disso, é importante que o profissional busque atualizações constantes, vá a congressos, leia revisões científicas. O conhecimento é um espiral que, além de mudar constantemente com as novas descobertas feitas, modifica com a nossa experiência e é ele que nos dá base para atuar com responsabilidade.
Gracielle Basile é Parteira, Consultora de Aleitamento Materno , Laserterapeuta e mãe da Flora.
Roberta Ferreira é Pediatra e infectologista, Consultora de Aleitamento Materno, Laserterapeuta e mãe do Francisco, Tereza e Isabel.
Foto: Liara Baroni